O que é e como se manifesta ?
A Enxaqueca é uma doença muito comum, afeta cerca de 15% da população Brasileira, e cerca de duas vezes mais as mulheres do que os homens sendo que a maioria dos afetados se concentra da faixa dos 25 aos 45 anos de idade.
Se trata de uma doença incapacitante, uma vez que as crises, duram horas ou dias e seus doentes tem a visão e capacidades reduzidas por dores extenuantes e mobilidade atingida.
Existem 9 tipos de enxaqueca de acordo com a medicina OCIDENTAL. Vale dizer que a enxaqueca, como doença, na medicina Chinesa não tem um nome propriamente dito, mas síndromes envolvendo QI, Xue e canais, falaremos mais a diante.
Na medicina ocidental se destacam 9 tipos de enxaqueca
Vejam os tipos de enxaquecas e alguns sintomas:
- Enxaqueca Clássica – que apresentam distúrbio visual com manchas ou flashes de luz, acompanhada por visão borrada, que duram cerca de 30 minutos. Após este intervalo a dor começa na parte de traz da cabeça e vai migrando para a lateral, provocando enjoos com ou sem vômitos. A luz fere e as pessoas precisam dormir até que a crise passe.
- Enxaqueca comum – ocorre no inicio da manhã, geralmente envolve somente um lado da cabeça, acompanha náusea e aversão a luz. Quanto mais fortes e frequentes, mais chances de se parecer com enxaqueca, quanto mais brandas e espaçadas, mais chances de parecer uma cefaleia, nem sempre haverá presença de distúrbios visuais ou náusea.
- Cefalalgia – Enxaqueca de Harris, elas ocorrem por conta de aumento da pressão nas artérias da cabeça e duram poucas horas porém podem ocorrer várias vezes ao dia. O olho do lado afetado pode lacrimejar, pálpebra cair e pupila dilatar. Apesar de raras, cometem mais os homens.
- Enxaqueca Menstrual – quando sincronizam com o período menstrual, podem ser clássicas ou Comuns, geralmente sessam com a menopausa ou gestação.
- Enxaqueca hemiplégica – tipo de convulsão apoplética, podendo deixar um dos lados do corpo fracos, adormecidos, sem sensibilidade ou paralisados. Geralmente ocorrem em pacientes crônicos.
- Enxaqueca oftalmoplégica – geralmente ocorrem em pacientes crônicos e é muito raro, paralisando os olhos.
- Enxaqueca facial – Dor nas regiões oculares, bochecha e dentes. Dor que dura mais tempo e geralmente ocorre em doentes enxaquecosos crônicos.
- Enxaqueca basilar – geralmente ocorrem nas meninas adolescentes, a dor se localiza na região occipital, sintomas incluem fala pastosa e incoerente, vertigens e desmaios.
- Equivalentes de enxaqueca – são queixas similares aos sinais prodrômicos da enxaqueca, porem sem a cefaleia.
Como se desenvolvem as crises ?
A enxaqueca é um processo e se desenvolve em 5 fases:
- Excitação – Momento que antecede as crises, fase prodrômica ou aura. Geralmente acompanhado de flutuação de humor, distúrbios visuais, parestesia ou dormência. Ou seja, fase premonitória da crise. Podem desenvolver insônia ou consciência afetada ou desconexão.
- Engurgitamento – período do inicio da dor, sensação de empachamento, distensão abdominal ou constipação, ansiedade e irritabilidade.
- Prostração – o paciente fica apático, prostrado, sem forças. É um mal que vai evoluindo aos poucos quando atinge seu ápice. Depois desta fase vem o fim da crise.
- Resolução – o paciente pode dormir para cessar a crise ou a crise pode terminar repentinamente com um acesso repentino de atividade física ou mental podendo ser ocasionado por sexo, medo, exercícios, fúria ou emoção forte. Outra forma de sair da crise é através do vômito, diarreia, choro ou transpiração. Mas geralmente essas pessoas dormem até o final da crise.
- Rebote – Muitas vezes as pessoas ao final da crise se sentem melhores e acabam ficando eufóricas. Mas geralmente ficam com o humor extremamente renovado.
A causa das enxaquecas
É importante salientar que a medicina ocidental trata a enxaqueca como dilatação dos vasos do cérebro, portanto, como fatores desencadeantes podemos destacar:
- Fatores emocionionais – Ansiedade, tensão, cheque, frustração.
- Exasutão, exercicios e sexo.
- Refeições irregulares, jejum e alcool.
- tabagismo
- Alguns alimentos (queijos, chocolate, frutas cítricas, alimentos fritos e gordurosos, café e frutos do mar)
- Alterações no ritmo de sono/vigilia
- Menstruação, contraceptivos.
- Variações climáticas
- Banhos quentes
- Pressão alta
- Frio na cabeça.
Como entendemos a enxaqueca na medicina Chinesa ?
Na medicina chinesa, não existe enxaqueca, porém este processo com estes sintomas são descritos pela circulação ou não de QI e Xue pelos canais unitários.
De acordo com a MTC, pode ter origem em fatores externos e fatores internos.
No caso de fatores externos, podemos dizer que o patógeno é vento frio, vento calor ou vento umidade.
No caso de fatores internos, podemos evidenciar os patógenos Umidade, Fleuma e a estagnação.
Porem podem haver padrões de excesso ou deficiência de um dado ZANGFU de modo desencadear uma ASCENSÃO DE YANG ou um VENTO INTERNO.
Prevenção e Tratamento
A prevenção da enxaqueca tem base em dois princípios:
1 – Externo – Boa gestão de tempo de sono e vigília, alimentação equilibrada e sem excessos, evitar alimentos que desencadeiam crises, focar nos alimentos do elemento madeira ( Vegetais verdes escuros, ovos, cereais e carnes). Comer em intervalos regulares. Atividade física moderada, sexo moderado, evitar banhos muito quentes e frio na cabeça. Evitar excesso de café, álcool e fumo.
2 – Internos – Realizar 20 minutos por dia de meditação. Praticar QI CONG. Respirar com o abdome inferior. Evitar o acúmulo de estresse e ou frustrações ao longo da vida. Seja paciente e flexível.
O tratamento da enxaqueca pela medicina chinesa consiste em :
Acupuntura – O tratamento visa o equilíbrio energético dos órgãos e vísceras de modo a garantir a extinção do patógeno.
Fitoterapia – baseado em ervas e minerais designados para o desequilíbrio encontrado. Também podemos fazer uso de chás a base de ervas amargas como CARQUEJA e BOLDO.
Auriculoterapia – assim como acupuntura, este microsistema permite a busca do equilíbrio energético dos órgãos e vísceras.
Na medicina ocidental o tratamento pode ser realizado por cirurgias que retiram pequenos vasos na cabeça ou pela prescrição de medicamentos, o qual vale ressaltar a baixa eficiência, colaterais e riscos.
O paciente não tem enxaqueca, é sim, uma pessoa enxaquecosa. Como se trata de um processo individual, não existe uma fórmula mágica, cura definitiva. A enxaqueca é um processo de tratamento.
A taxa de sucesso da medicina chinesa neste desequilíbrio é bem alta, mas depende de tanto, paciente como terapeuta. É factível a pessoa espaçar muito as crises, até mesmo nunca mais apresentar os sintomas.
Acredita se que a enxaqueca seja constitucional, ou seja, faz parte daquele indivíduo. Portanto, a prevenção ainda é o melhor remédio.
FONTE: Enxaqueca e a medicina chinesa tradicional – Bob Flaws – Andrei 1993
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